Seis da tarde, esperava pelo Metro.
Todas as segundas, de todas as semanas, de todos os meses…
Do outro lado da linha estava Ela, sempre Ela.
Esperava também pelo Metro, mas no sentido contrário.
Ao meu olhar sempre se destacou das demais.
O sua figura terna, as suas roupas de tons vivos, o seu cabelo ondulado, os seus gestos, a sua face rosada, a sua visível alegria…
Fitava-a como sempre.
Adorava contemplá-la, através da ténue segurança que os carris ofereciam!
Ser lindo, belo e de essência simplesmente desconcertante.
Confrontou-me!
Fixamente, olhava para mim!
Tinha sido descoberto, e não resisti…
Sorri! (meio atrapalhado)
Sorriu de volta…
Daí em diante, todas as segundas sorríamos. Acordo simples, silencioso. Apenas e tanto, um sorriso.
Passaram meses…
O seu sorriso era já parte da minha vida. Sentia-o, esperava-o.
Uma segunda mudei de sentido. Ia no sentido dela. O outro lado da linha!...
Esperei…
Veio o comboio, Ela não!
Passaram muitas segundas desde então, nunca mais a vi!
Nunca mais me sorriu…